A HISTÓRIA DA ARTE ROMANA

31/05/2011 15:36

 

 

Arte Romana


       Entre as civilizações do mundo antigo, a dos romanos é, sem dúvida, aquela a que mais temos acesso, uma vez que eles nos deixaram um vasto legado literário, que nos permite traçar sua história com uma riqueza de detalhes que nunca nos cansamos de admirar. Paradoxalmente, no entanto, poucas questões são mais difíceis de responder do que a que fazemos a seguir: "O que é a arte romana?" O gênio romano, tão facilmente identificável em qualquer outra esfera de atividade humana, torna-se estranhamente enganoso quando perguntarmos se existiu um estilo romano nas artes.

                                             

Máscara de um gladiador - perceba os traços         indianos, fruto de    influências culturais advindos dos povos conquistados

 

Por que isso acontece?

A razão mais óbvia é a grande admiração que os romanos tinham pela arte grega de todos os tipos e períodos. Não só importavam milhares de originais de épocas anteriores e deles faziam um número ainda maior de cópias, como também as suas próprias criações eram claramente baseadas em fontes gregas, sendo que muitos de seus artistas eram de origem grega. Mas, além da temática diferente, o fato é que, como um todo, a arte criada sob o patrocínio romano parece nitidamente diferente da arte grega e apresenta qualidades positivas não gregas que expressarn diferente intenções. Assim, não devemos insistir em avaliar a arte romana segundo os padrões da arte grega, perto da qual poderia parecer, superficialmente, uma fase final e decadente.
                                                 

                  Escultura romana                           Escultura grega


       O Império Romano foi uma sociedade extraordinariamente aberta e cosmopolita, que absorveu os traços regionais num modelo comum totalmente romano, homogêneo e diversificado ao mesmo tempo. A "romanidade" da arte romana deve ser buscada nesse modelo complexo, e não numa única e consistente qualidade formal.

A arte romana sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca popular e votada para a expressão da realidade vivida, e a da Greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza. Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos foi o uso do arco e da abóbada nas construções.

                     

Arte etrusca - Os esposos                       Arte - Grega

        
Arquitetura

      A arquitetura romana mesclou influências etruscas, gregas, com as característica de sua própria civilização, principalmente a partir do século II a.C., quando as conquistas romanas possibilitaram a formação de uma elite enriquecida e ao mesmo tempo fortaleceu o Estado.

      Dos etruscos herdaram as técnicas que lhes permitiram a utilização do arco e da abóbada. Dos gregos herdaram as concepções clássicas dos estilos Jônio, Dório e coríntio, aos quais associaram novos estilos, como otoscano.

                            

       No entanto, a arquitetura romana, se foi fortemente influenciada pela cultura grega, desenvolveu, por sua vez obras que retratavam uma nova realidade, diferente daquela vivida por gregos, em qualquer período de sua história. Nesse sentido destaca-se a imponência e a grandiosidade das construções romanas, refletindo as conquistas e a riqueza desta sociedade - templos, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, termas e edifícios administrativos - eram obras que apresentavam dimensões monumentais.

      Os romanos ainda construíram aquedutos que transportavam água limpa até as cidades e também desenvolveram complexos sistemas de esgoto para dar vazão à água servida e aos dejetos das casas.

                                 

              Arquitetura Romana                         Arquitetura Grega


      Da mesma maneira encontramos obras particulares, mansões nas cidades e em seus arredores, refletindo a riqueza de patrícios e posteriormente dos homens novos. O enriquecimento proveniente das conquista foi responsável pelo desenvolvimento do gosto pelo luxo, e pode ser percebido também nas construções.

As características gerais da arquitetura romana são:

·                    Busca do útil imediato, senso da realismo

·                    Grandeza material, realçando a idéia de força

·                    Energia e sentimento

·                    Predomínio da caráter sobre a beleza

·                    Originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.

As construções eram de cinco espécies, de acordo com as funções:

1)          Religião: Templos

Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia para o culto.

                             

2)          Comércio e civismo: Basílica

A princípio destinada a operações comerciais e a ato judiciários, a basílica servia para reuniões de bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, já com o Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílica apresenta uma característica inconfundível: a planta retangular, (de quatro e cinco mil metros) dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no governo de Júlio Cesar, foi concluída no Império de Otávio Augusto.

                          

3)          Higiene: Termas

Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as termas eram o centro social de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas de banho, eram centros de reuniões sociais e esportes.

                        

4)           Divertimentos

a)          Circo

Extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o circo. Dos jogos praticados temos:

Jogos circenses- corridas de carros; ginásios- incluídos neles o pugilato; jogos de Tróia- aquele em que havia torneios a cavalos; Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o “Circus Maximus”.

 

                        

b)          Teatro

Imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários versáteis, giratórios e retiráveis.

 

                     

c)          Anfiteatro

O povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo.

 

Pois a palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu, certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares com ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e ordem coríntia). Essas colunas, na verdade eram meias colunas, pois ficavam presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais 5.000 em pé.

                      

5)          Monumentos decorativos

a)          Arco do Triunfo

Pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore. Construído no Fórum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém .

                        

 b)          Coluna Triunfal

A mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso em espiral que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixo relevo no fuste. Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os dácios e os partos.

                          

6)          Moradia: Casa

Era construída ao redor de um pátio chamado Átrio.

                          
Pintura

      O conhecimento sobre a pintura romana deve-se em grande parte a descoberta de Pompéia, cidade que foi soterrada pela erupção do Vesúvio no ano 79 e descoberta no século XVIII. Encontramos na cidade diversas pinturas, de caráter decorativo, ornamentando os palácios e os aposentos das residências, reproduzindo paisagens, a fauna, a flora e cenas bucólicas; também retratavam seus habitantes, com grande fidelidade.

 

                      

 O mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em geral.

A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes internas dos edifícios em quatro estilos.

Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma camada de gesso pintado; que dava impressão de placas de mármore.

Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas, formando um grande mural.

Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos pequenos detalhes.

Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.  


Escultura

Os romanos eram admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, com fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade. Mais realistas que idealista, a estatuária romana teve seu êxito nos retratos.
        A influência grega fez com que surgissem em Roma os copistas, que retratavam com extrema fidelidade as principais obras clássicas, de homens consagrados como Fídias e Praxítel

       O racionalismo e a fidelidade ao real orientaram a produção da estatuária romana e serviram para satisfazer o desejo de glorificação pessoal e de comemoração de conquistas e grandes feitos. Proliferaram no âmbito dessa arte romana os bustos, retratos de corpo inteiro e estátuas equestres de imperadores e patrícios, os quais passaram desse modo à posteridade.

 

                 

       A narração de fatos históricos e a reprodução de campanhas militares tomou forma nos relevos que se desenvolveram na fachada de templos e dos Arcos de triunfo.

Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império Romano que no século V - precisamente no ano 476 – perde o domínio do seu vasto território do Ocidente para invasores germânicos.


 



 

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