A HISTÓRIA DO CUBISMO

16/06/2011 18:17

 

A HISTÓRIA DA ARTE DO CUBISMO
 
CUBISMO

O cubismo é um movimento estético das artes plásticas, sobre tudo na pintura que ocorreu entre 1907 e 1914, (século XX) em Paris e que rompeu com a perspectiva adotada pela arte ocidental desde o Renascimento. De todos os movimentos deste século, é o que tem influência mais ampla.

 
Ao pintar, os artistas achatam os objetos, e com isso eliminam a ilusão de tridimensionalidade. Mostram, porém, várias faces da figura ao mesmo tempo. Retratam formas geométricas, como cubos e cilindros, que fazem parte da estrutura de figuras humanas e de outros objetos que pintam. Por isso o movimento ganha ironicamente o nome de cubismo. As cores em geral se limitam a preto, cinza, marrom e ocre. tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque.

 
O cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.

 
O pontapé inicial da revolução artística denominada Cubismo foi o quadro "Les Demoiselles d’Avignon", que Pablo Picasso pintou em 1907, com influências de máscaras-africanas.

A tela retrata cinco prostitutas nuas em um bordel.
Pablo Picasso. Les Demoiselles d´Avignon, 1907. Óleo sobre tela. Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA

 
O movimento cubista surgiu como um dos principais pontos de mutação da arte do século XX, e liberou a arte ao estabelecer, nas palavras do pintor cubista Fernand Léger, que “a arte consiste em inventar, e não em copiar”.

Pintura de Braque. Ele e Picasso sempre pintavam juntos, por isso a semelhança entre as obras dos dois artistas é tão grande.

Seu precursor foi Cézanne, que se tornou o pai da "arte moderna", ao sacrificar a correção convencional da perspectiva linear e aérea em busca de um arranjo ordenado na tela, que os mestres clássicos haviam conhecido. Cézanne usava formas geométricas quando pintava e afirmava ver na natureza "o quadrado, a esfera e o cone". Seus desenhos rompiam com a apresentação tradicional de um objeto calcada na perspectiva. Mostravam a figura em mais de uma face, distorcendo-as sutilmente.



Paul Cézanne,

O cubismo rompeu com o passado ao instaurar na arte uma nova concepção de espaço plástico no achatamento do espaço pela superposição dos planos do objeto, com este ganhando uma nova feição figurativa. Segundo o escritor mexicano Octavio Paz, a modernidade é marcada pela lógica da ruptura e foi esta lógica que levou os cubistas a romperem com as antigas formas de representação artística. Escandalizou o mundo com sua imposição na arte através de Picasso – com a ajuda de Braque – e liderou as forças de inovação artística, de 1908 a 1914.



 
Foto de Picasso

O Cubismo divide-se em três importantes fases: cezanniana ou primitiva, analítica e sintética.

• Cubismo pré-analítico ou Cubismo Cézanniano - uma espécie de "preparação" para o cubismo, onde as primeiras características surgem.

 
A primeira fase volta ao problema da modulação em Cézanne – coordenação sensitiva dos planos constituintes da representação formal – e abandona a cor como forma de resolver a modulação, apoiando-se na luz e sombra, dando um efeito escultórico às paisagens, retratos e naturezas-mortas dessa fase.

Cezanne

• Cubismo analítico - que se caracterizava pela desestruturação da obra, pela decomposição de suas partes constitutivas;

A fase analítica analisava as formas dos objetos, partindo-os em fragmentos e espalhando-os pela tela. Em uma gama quase monocromática, usando apenas marrom, verde, e mais tarde cinza, a fim de analisar a forma sem a distração das cores. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinando-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela.

• Cubismo sintético - foi uma reação ao cubismo analítico, que tentava tornar as figuras novamente reconhecíveis.

Foi no cubismo sintético que a colagem foi vista como novo meio de linguagem artística e/ou implementação da criação artística. Os primeiros artistas a utilizarem essa técnica foram Pablo Picasso e Georges Braque, por volta de 1912. Braque colava pedaços de papel retangulares em uma folha de papelão e ali colocava esboços de pintura. Depois de algum tempo, vários deles começaram a misturar imagens impressas de todo o tipo, desde rótulos até gravuras. Na fase sintética pretendia-se dar uma imagem sintética dos objetos, das suas formas essenciais e da sua matéria. De 1912 a 1914, o cubismo sintético ou de colagem – “papier collé” - constrói quadros com jornais, tecidos e objetos, além de tinta.


Reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura, basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Foi chamada de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas, as assemblages. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.





O Cubismo teve uma influência profunda na História da Arte, particularmente sobre tendências posteriores, como o abstracionismo geométrico e o minimalismo.

CUBISMO NO BRASIL

O cubismo só repercute no país após a Semana de Arte Moderna de 1922. Pintar como os cubistas é considerado apenas um exercício técnico. Não há, portanto, cubistas brasileiros, embora quase todos os modernistas sejam influenciados pelo movimento. É o caso de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti.

Cubistas e artistas com obras cubistas

Pablo Picasso

• Georges Braque

• Juan Gris

• Kazimir Malevich

• Lyonel Feininger

• Fernand Léger

• Umberto Boccioni

• Robert Delaunay

Diego Rivera

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