A HISTÓRIA DO SURREALISMO

12/07/2011 17:57

 

 


 

SURREALISMO

 
O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primeiramente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período entre as duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo ganhando dimensão internacional. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), mas também pelo Marxismo, o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André Breton (1896-1966) é o principal líder e mentor deste movimento.

 

 
                                                                      Salvador Dali

 
A palavra surrealismo supõe-se ter sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1886-1918), jovem artista ligado ao Cubismo, e autor da peça teatral As Mamas de Tirésias (1917), considerada uma precursora do movimento.

 
Um dos principais manifestos do movimento é o Manifesto Surrealista de (1924). Além de Breton seus representantes mais conhecidos são Antonin Artaud no teatro, Luis Buñuel no cinema e Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas.

 
ARTES-PLÁSTICAS
Foi através da pintura que as idéias do surrealismo foram melhor expressadas. Através da tela e das tintas, os artistas plásticos colocam suas emoções, seu inconsciente e representavam o mundo concreto.
O movimento artístico dividiu-se em duas correntes. A primeira, representada principalmente por Salvador Dalí, trabalha com a distorção e justaposição de imagens conhecidas. Sua obra mais conhecida neste estilo é A Persistência da Memória. Nesta obra, aparecem relógios desenhados de tal forma que parecem estar derretendo.

 

 

 
Os artistas da segunda corrente libertam a mente e dão vazão ao inconsciente, sem nenhum controle da razão. Joan Miró e Max Ernst representam muito bem esta corrente. As telas saem com formas curvas, linhas fluidas e com muitas cores. O Carnaval de Arlequim e A Cantora Melancólica, são duas pinturas de Miró que representam muito bem esta vertente do surrealismo.

 

 

 
                                                                          Miró

 
Visão surrealista

 
As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Entre muitas de suas metodologias estão a colagem e a escrita automática. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, buscando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.
Buscava deliberadamente o bizarro e irracional para expressar verdades ocultas, inalcançáveis por meio da lógica. Foram duas formas dentro do movimento: Joan Miró e Max Ernst praticavam a arte improvisada, distanciando-se o mais possível do controle consciente.

 
Já outros, como Dali, de Chirico e Magritte, usavam técnicas realistas para apresentar cenas alucinatórias que desafiavam o senso comum.

 
                                      Dali - Persistência da memória           

 
                                                                           Magritte

 
Desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade. O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente.

 
                                                                         Magritte

 
                                                                              Dali

 

 

 
Este movimento artístico surge todas as vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico; o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.

 
                                                                Hans Bellmer (escultura)

 

 

 
O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases.

 
                                                                           Magritte

 

 

 
Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.

 
SALVADOR DALI
É, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Suas primeiras obras são influenciadas pelo Cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio De Chirico. Começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de toda a sua obra.

 
                                                                             Dali

 

 

 
Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de Tanguy e o maneirista-Arcimboldo.

 
Ele criou o conceito de “paranóia critica“ para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas . Segundo ele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade”.
JOAN MIRÓ

 
Breton considerava Miró como o mais surrealista de todos. Ele queria banir a razão e soltar o inconsciente. Inventou signos biomórficos parecidos com objetos da natureza. Com os anos, essas formas foram ficando cada vez mais simplificadas. Miró dizia: “o importante é desnudar a alma”. “Miró não colocava um ponto numa folha de papel sem acertar direto ao alvo”, disse Giacometti.

 
                                                                            Miró

 
A famosa magia de Miró se manifesta nas telas de traços nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem elucidadas, embora se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicou à cerâmica e à escultura, nas quais extravasou suas inquietações pictóricas.
“O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da vida?” (fragmento do Manifesto do Surrealismo de André Breton, francês que lançou o movimento).

 
No mesmo manifesto, Breton define Surrealismo: "Automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento".

 
                                                                          Magritte

 
Humor, sonho e a contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo a nova ordem, as idéias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas. O Surrealismo destacou-se nas artes, principalmente por quadros ou esculturas que expressavam os sonhos dos artistas. Porém não bastavam ser sonhos comuns, deveriam ser aqueles que tem formas variadas e confusas, como um boi com asas ou peixes andando nas nuvens.

 

 
Vladimir Kush - hoje em dia é comum vermos pintores surrealistas. Kush é da contemporaneidade, porém seu estilo é surrealista.
O Surrealismo, mais além de sua dimensão artística teve um objetivo último, e em certo modo transcendente: atingir uma radical renovação da humanidade, através da transformação de seus esquemas cultuais, pois segundo Breton: "o homem tem guardado em seu próprio pensamento, uma realidade desconhecida da qual depende, sem dúvida, a organização futura do mundo".

 

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